O que explica a queda de assinantes do Disney+ na primeira metade de 2023?



Neste último dia 10 de maio, Bob Iger, o CEO recém-readmitido da Walt Disney Corporation, comandou a apresentação dos dados econômicos do grupo para o Q2 de 2023, período correspondente aos meses de abril, maio e junho. Essa reunião acontece em antecedência ao próximo quarto, resumindo as práticas financeiras da Disney em um belo ppt para os acionistas.


Uma das notícias dessa reunião que mais repercutiu foi a anunciada queda de 4 milhões de assinantes do serviço de streaming da empresa, o Disney+. Dando trela para os críticos de entretenimento afiliados a um determinado espectro político, essa notícia ganhou engajamento quando relacionaram a queda de assinantes da Disney às polêmicas recentes com o governador Ron DeSantis (Flórida), onde o político vez após vez reclama da "lacração" da empresa (em inglês, o tal do movimento Woke) em uma variedade de conteúdos como animações para crianças, filmes e séries.


Porém, a coisa não é bem por aí. Essa tese não tem quase qualquer veridicidade. Se formos analisar os dados, a maior parte do declínio nas assinaturas se deu no colossal montante de usuários da Índia. 


No país, o Disney+ tinha os direitos  de transmissão ao vivo do maior campeonato de críquete do país (o Brasileirão deles), esporte que é paixão nacional. No começo do ano, conforme reporta a Variety, a empresa de Bob Iger perdeu os direitos de aquisição do campeonato e consequentemente sofreu um baque enorme nas assinaturas locais. 


Segundo uma informação de 2022, o Disney+ na Índia (sem ser o combo com outro serviço regional) aloca 58.4 milhões de usuários pagantes. É um dos maiores mercados de atuação do streaming ao redor do globo e certamente seria uma fatia considerável a se notar caso uma queda acontecesse.


Portanto, o declínio - que por sinal é menor do que a Netflix reportou ano passado - não tem exatamente a ver com o comportamento sociológico da corporação, muito menos uma base engajada politicamente nesse tema  conseguiria um número tão expressivo assim de cancelamentos.


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Fabio Silverio

Redator e colunista sobre TV, streaming e cinema. No Twitter como @fagulhu